Meu Abandono

Nessa solidão em que estou

Sinto o sabor amargo

Não do seu abandono, mas do meu!

Seu abandono é menos cruel

Que o fel que de mim vem e sorvo.

Lentamente trago minha dor atroz

Na amplidão do vazio ao qual me impus.

Nas chagas que surgiram na sua ausência,

Venho em silêncio em dores me debatendo.

É preciso que o esqueça antes que reapareça

Meu incomum e desconexo amor por você

Vou de verso em verso escapar da sua prosa,

Onde um dia caí como pétalas de rosa.

Eu sou a eterna náufraga do seu navio errante,

E pelo que resta de mim sem você, preciso me resgatar...