Mera Noite

É cândida a lágrima

Que atravessa a garganta

Na aurora da vida;

Do útero brota

Segue em disparada;

Cálida, quase nada,

Eterna e paliçada

Vai à angústia, aquece

Despreza o modo e os vícios;

Teu inverno palíndromo

Tece fios pelos hemisférios;

Na cancha, todos os mistérios

Bate à terna e imensa glória;

Palmas de gaveta,

Cheirando à naftalina

São pedaços isolados

De fé imunizada, inabalável

Um prato e tanto de queijo a degustar

E a faca encarnada no amor do desejo

Traz com sua ausência,

O pecado da abstinência.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 15/07/2006
Código do texto: T194538
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