A tela da salvação
Viver a salvação é amar.
É a arte dos quadrantes,
Dos matizes de cores constantes,
Dos quais já falamos bastante,
Ao sermos contundentes
Quiçá, fulminantes.
Melhor; alegres e contentes.
Mas ao sairmos desta tela
Vemos a arte singela,
Com lamentos a lamentar.
Mas é assim que ela
Carrega seu estandarte.
Pobre arte se, se prendesse
A sua esfera, quadrada seria ela.
Sem o poder de nada dizer,
A quem ouvido moco tivesse
E que ela se merecesse.
Neste atual planeta,
Assim cheio de capetas.
Teria de tocar trombeta
Como se toca escopeta.
Além do alvorecer,
Apesar de amar o amor,
Não se entende medonho ser
Causador da doída dor.
Porém, doidos de amor
Vamos permanecer.
Eis o próprio capeta,
Em formato de roseta,
Assemelhando linda flor.
Assim a arte se salva
Com muitas salvas de palmas,
Mesclada de muitos odores,
De jasmim e muitas flores,
O nosso mal espanta.
Desatando-nos o nó da garganta
Enxugando o nosso planto,
De inocente criança,
Alvejando nossa alma.
Não com fria-arma,
Mas com o branco-amor
E muita confiança.