O Peso da vida pesou-me... Não encontrei forças para prosseguir.
Vivi à procura de flores: margaridas, acácias, dálias... Rosas de sangue vi!
Vi um bem-te-vi voando livre... Entoando repetidas vezes:
Bem-te-vi... bem-te-vi!...
clamor do horror na China, na Índia... A máxima da crueldade vi!
Bem te vi ... voando à procura das rosas... O que nelas buscas, não se encontra nos jasmins!
És... Como que pombas dependentes do ‘Ser Supremo’ que naquele livro li...
Se para elas, não lhes falta o alimento...
Ó Deus! Dependemos de Ti... Acolhe as pombas e não esqueças os bem-te-vis...
Rega de vida as rosas da China,
Lava o sangue que na Índia vi.
Faz desabrochar os botões da Índia,
Por elas clamam..., gemem os bem-te-vis...
A vida que é bela... Feia se faz!
Ó Gaia... Mãe terra! Geratriz..., cessa a guerra!
O matador da China, o horror!
Botões de rosas deixados ao léu, lágrimas vertentes de olhos inocentes;
gritos de dor para dentro de si... Causa morte - obscura sorte - nasceu rosa, dália, e não jasmim!
Um dia, Raquel clamou por seus filhos indefesos... Que as suas vidas por um fio perderam; pelas espadas,que os frios fios calaram!
"Aquele livro" mostra-nos um tempo de horror...
Matança, hoje, tão presente... Feras pensantes, genocídio legalizado de inocentes!
EstherRogessi, Prosa Poética:Rosas de sangue,Recife,25/11/09.
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