O Confronto.

Páginas da Paixão- Parte 3.

Brasília, 26 de abril.

Agora, o meu confronto. Este confronto é diferente: Uma peleja interior entre o Bem e o Bem. De um lado, o apelo causticante da Razão, e do outro o grito calado da paixão de um amor proibido... As ideias que surgem na noite de minha mente me dão um sentido único: Viver por viver respirando o ar da inutilidade. Estas ideias, surgem diferentes quando tratam de reflexões sobre a vida, a morte, o renascimento e a eternidade,pois nunca estão definidas. Viver por viver, além de perigoso, é absolutamente desnecessário. Curiosamente, perigosamente, e inutilmente, eu viverei em teu amor como uma samambaia... Mas, já sabemos que morrer é preciso, mesmo que seja entre os teus braços desfrutando dessa troca de carícias e beijos fecundos, o prazer renovado em cada orgasmo teu, ou quando penetro no paraíso do teu corpo em cada orgasmo meu... Um dia, no crepúsculo, essa flor carmim vai fenecer, e esta planta que nasceu parasita, será arrancada para renovação da tua e da minha vida, pois é morrendo que se nasce outra vez, e é chorando que se percebe a diferença entre um sorriso e uma lágrima. Mas meu desejo, é continuar vivo e ver crescer o fruto deste amor. Como disse, ideias novas surgem do desejo de ser fruto e ser raiz ao mesmo tempo. Por fim, mais uma sandice generosa, que é o desejo de gerar um filho em teu corpo e em tua alma. Contudo isso é inútil tentar pois esta árvore não reproduz ,é estéril. Por isso,será arrancada e consumida pelo fogo. O meu fogo...

Mais um projeto que será abortado... Aqui, o vinho preparado não será servido e o círculo está interrompido. Por isso, tudo que vejo é uma eternidade desconhecida, e uma solidão definitiva. Eis aí o nosso futuro...

Álvaro Francisco Frazão.