JULGAMENTO

Virtuosa figura mítica dos antepassados

Egressos das aventuras em mares desbravados

E dos tormentos vencidos sem medo

Deixa aos seus posteriores e consangüíneos

A bravura treinada com os mestres dedicados.

És Carmina da canção apocalíptica

Cantada em coros e versos declamados

Atrais e expulsas os incrédulos

E acalanta os sonhadores.

Vendita outrora tronos conquistados

À quilhotina reais cabeças rolaram

E a patuléia em êxtase gritos dados

Refém e aplausos vistos

Presa fácil ficou daqueles que à rua saíram.

És a Fortuna

À mão posta

Que empunha a espada

Nos momentos precisos

E a flor entrega em agradecimento

Aos favores e carinhos recebidos.

És a Sorte

Que conduz os que às cegas andam

E seguros à sua mão firme e certa

Não titubeia ao perigo à frente próximo.

E velada a traição dos bajuladores

Reticentes e servis se tornam

E estendem ao passeio vermelhos tapetes

Para os pés ao trono do monarca

E não se lembram dos irmãos

Nas masmorras a vida que se vai.

E cumprida à sentença imposta

Nada se apela nada se muda

E termina os dias ali postos

Em sofrimentos e dores sentidas.

Chorai todos comigo!