A Rosa Azul

Procurou ser no jardim a rosa diferente

Entre tantas , aquela

de cor mais suave ou mais saliente

A esperar que ,ao vê-la ,

pela sua beleza estonteante...

Imediatamente passasse a querê-la

Com desejo intenso, exclusivo,

inebriante.

Inesperadamente.

Tentou abrir-se em pétalas serenas

Esperando o orvalho da noite

ascender finas essências

Esqueceu-se do caule

com espinhos firmes e dolosos

A magoarem as mãos

do colhedor carente...

Feriu-o fundo a encantá-lo

Imensamente

Ficou assim a rosa a morrer só

Em sua desleal vicissitude

Mudou sua cor para

um cinza transparente...

Em névoas e sombras , padeceu

Orvalho em lágrimas ela converteu

Entre uma noite e outra

um botão renasce

Sem força não desabrocha,

desfalece e seca

Como todos os sonhos de uma

rosa desconexa

Que ousou, um dia, perfumar

um jardim que não era seu...

luferretti
Enviado por luferretti em 13/07/2006
Reeditado em 10/08/2006
Código do texto: T193431