A Rosa Azul
Procurou ser no jardim a rosa diferente
Entre tantas , aquela
de cor mais suave ou mais saliente
A esperar que ,ao vê-la ,
pela sua beleza estonteante...
Imediatamente passasse a querê-la
Com desejo intenso, exclusivo,
inebriante.
Inesperadamente.
Tentou abrir-se em pétalas serenas
Esperando o orvalho da noite
ascender finas essências
Esqueceu-se do caule
com espinhos firmes e dolosos
A magoarem as mãos
do colhedor carente...
Feriu-o fundo a encantá-lo
Imensamente
Ficou assim a rosa a morrer só
Em sua desleal vicissitude
Mudou sua cor para
um cinza transparente...
Em névoas e sombras , padeceu
Orvalho em lágrimas ela converteu
Entre uma noite e outra
um botão renasce
Sem força não desabrocha,
desfalece e seca
Como todos os sonhos de uma
rosa desconexa
Que ousou, um dia, perfumar
um jardim que não era seu...