“O escrevente calado”
Cálice diante da vida
Cale-se diante do seu cálice.
Agora, você é Baco o “enólogo”
Deus do seu próprio vinho.
Às vezes dá-se prólogo
A incomodar vizinho.
Se o néctar lhe for acre, seja forte!
Deus lhe mudará um dia,
Quando desistir da sua orgia.
Não tema a vida, tampouco a morte.
Se a estrela lhe brilhar no Norte,
Ou do Sul lhe chegar um guia.
Não pasme se do Leste lhe vier à sorte.
Cale-se diante do seu cálice!
Que a vida lhe seja pródiga
E, a todos nós seja bem-vinda,
Embora, seja: “Baco”, o enólogo
A padecer de vida linda.
Oh. Meu caro Baco,
Deixe de encher o saco,
Saia logo da berlinda.
Apesar de ser um forte,
Reconheça-se um fraco,
Pois, ainda possui vida finda!
Cale-se diante do seu cálice!
Algum motivo muito forte advindo de algum norte,
Existe para existirmos diante da vida-morte.
Não adianta resmungar, amigo.
Todos nós temos de provar deste cálice.