“O escrevente calado”

Cálice diante da vida

Cale-se diante do seu cálice.

Agora, você é Baco o “enólogo”

Deus do seu próprio vinho.

Às vezes dá-se prólogo

A incomodar vizinho.

Se o néctar lhe for acre, seja forte!

Deus lhe mudará um dia,

Quando desistir da sua orgia.

Não tema a vida, tampouco a morte.

Se a estrela lhe brilhar no Norte,

Ou do Sul lhe chegar um guia.

Não pasme se do Leste lhe vier à sorte.

Cale-se diante do seu cálice!

Que a vida lhe seja pródiga

E, a todos nós seja bem-vinda,

Embora, seja: “Baco”, o enólogo

A padecer de vida linda.

Oh. Meu caro Baco,

Deixe de encher o saco,

Saia logo da berlinda.

Apesar de ser um forte,

Reconheça-se um fraco,

Pois, ainda possui vida finda!

Cale-se diante do seu cálice!

Algum motivo muito forte advindo de algum norte,

Existe para existirmos diante da vida-morte.

Não adianta resmungar, amigo.

Todos nós temos de provar deste cálice.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 18/11/2009
Código do texto: T1929801
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