Existe mesmo papai noel?

Existe mesmo Papai Noel?

A viagem era a negócios. A concentração, o desejo, o planejamento estavam voltados para mostrar os produtos, aos profissionais que fossem me atender.

Escolhida a primeira cidade, de ônibus, para lá fui.

Viagem cansativa, ônibus não muito confortável, apesar de toda modernidade, mas a noite passou e, na manhã seguinte, estava desembarcando na rodoviária.

Tomado o banho, servido de um delicioso café e de posse do material fui para meu primeiro encontro.

Uma incógnita.

Cidade nova, colégios novos, pessoas novas. Como seria a recepção? Como iriam me receber?

Enquanto aguardava, ansioso, vi surgir por uma porta lateral, uma visão inacreditável. Sim, era difícil supor que ali, naquele colégio, pudesse existir alguém com aquele perfil.

Sorriso encantador, emoldurado por lábios sensuais e doces. Um colo feito pelo mais perfeito artista plástico, por cinzéis mágicos. Um corpo bem distribuído, sustentado por pernas encantadoras. Talvez um anjo, caído na Terra, para nos brindar de paz e alegria.

- Prazer. Sou a diretora.

Ela disse ao se apresentar. Fiquei mudo. Não sabia se a reverenciava ou se a cumprimentava, pegando em sua delicada e suave mão.

Um frêmito de prazer e desejo apossou de mim. Precisei de todo meu esforço, hercúleo, diga-se de passagem, para me concentrar no meu propósito, no motivo de minha visita.

Convidado a entrar em sua sala, desejei estar em qualquer lugar do mundo, menos ali, desde que estivesse a sós com ela. Ali, naquele momento, eu tinha a certeza de que não iria poder abraçá-la, beijá-la, afagá-la, como gostaria.

Feito minha apresentação, terminado a visita, retirei-me incomodado. Desde quando este anjo está caído aqui na Terra? Perguntava-me.

Triste fui para as outras visitas. Uma dor em meu peito dizia-me que, talvez, nunca mais a veria. Sem muita convicção, orei. Pedi ao Pai uma única oportunidade, nesta minha vida tão pobre: Que eu pudesse ter a riqueza de encontrá-la de novo.

Penso, com toda certeza, que Deus ouviu pela primeira vez minha prece. Naquela mesma noite, uma noite de magia e encanto, uma noite inesquecível e inebriante, uma noite que mesmo com chuva, para mim as estrelas brilharam a lua prateou meu caminho e meu coração.

Pois como um presente do Pai, eu pude tê-la em meus braços, beijar seus lábios, amar seu corpo.

Nunca acreditei em Papai Noel, mas penso que este foi o meu maior presente de Natal, um presente que entrou em mim, de maneira tal, que como um perfume, vibra em todas as minhas células, fazendo-me um ser imensamente feliz.

Agora desejo ardentemente, que este dia seja perene em minha vida, para que todos os dias sejam natais e que eu possa acordar todas as manhãs dizendo agradecido: Obrigado, Papai Noel.

E sentir o gozo do prazer iniludível e o sabor de lábios doces e deliciosos.

Adolfo Turbay
Enviado por Adolfo Turbay em 17/11/2009
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