Tudo agora é dos homens

Reuniu-se a multidão... Luzes que ofuscam a minha visão privilegiada, sons que desafinam sob as barreiras sonoras suspensas, chãos que se confundem, paralelamente ajustados, ortogonalmente montados, cheios da sujeira oriunda dos pés dos transeuntes amigos-matutos desta cidade. Reuniram-se as testemunhas do espetáculo piegas, sim, aquele que carinhosamente diverte o TODO POVO. Reuniram-se as casas e as construções, e o ar continua frio aqui em cima. E, por que falar de tudo isto, se minhas alvas asas e meus grandes olhos que enfeitam este céu negro de Vitória só focam o horizonte à minha frente?! Vida de coruja não é fácil, não. Tento achar paz na noite, mas essa me foi tomada à força. Tento brincar com os edifícios, mas esses me ofuscam a visão com suas luzes toscas e superficiais. Tento, às vezes, achar um amigo morcego para um bate-papo e drinques... NADA. Nada é mais o mesmo. Tudo agora é dos homens !