Irmão na calçada

Às vezes a realidade nos bate à cara.

Escancara o sofrimento e a luxúria

como irmãos gêmeos que andam de costas

O abismo parece a entrada de um buraco negro

Cuja cobiça só faz adiantar a quebrada

Mas ali pra ninguém é segredo

Que a palavra patrimônio é coisa rara.

Esquecemos que somos um cisco

Respirando um universo desmedido

E se deixando correr o risco

De rimar versos sem sentido

Pois lá no fundo da alma

Alguma coisa se debate e não encontra a calma

E quando o homem se daria conta

Que em dois passos se encontra

Um próximo lhe estendendo a mão?

Que num pranto sofrido, jogado no chão

Pede e suplica

"um prato de comida, meu irmão!"

Larissa Godoy
Enviado por Larissa Godoy em 17/11/2009
Reeditado em 18/11/2009
Código do texto: T1928425
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