Brindemos...
Brindemos!
Ao olhar renovado que
as manhãs nos entregam
Às chuvas que chegam piedosas
A regar corações ressequidos
Brindemos à noite que foi nossa cúmplice
Ao tapete da sala que acolheu nosso amor
Aos copos quebrados que os cacos juntaram
Enterraram revolta ,trouxeram calor...
Brindemos aos sonsos poderes da lua
Àquela que fica na rua
em noite de grande esplendor
A olhar bem marota nossos passos incertos
Os tropeços enroscados em laços desfeitos
Que geram alguns bons pedaços mal feitos
Em intensas noites de amor...
Brindemos à minha paciência mesquinha
Que faz troça , faz trovas de mentirinha
Bem ao nosso favor
Brindemos a seus tontos passos insanos
Aos roucos , ferozes enganos
A isso sem nome , sem base, sem teto
quase mesmo sem classe , sem fundo
Que inventamos com grande ardor ...
Brindemos!
Esqueçamos assim um pouco do mundo.
Tudo vale se não existe rancor.