UM INSTANTE...

E tem um instante sublime em que o vento não sopra,

E as folhas das árvores não se movem e as que estão secas não caem, à bailarem até chegarem ao chão...

E até as águas se calam nos rios e mares, e os peixes não nadam,

E os navios e barcos, todos ficam no ancoradouro do cais do porto...

E os pássaros não voam e nem cantam,

E as galinhas não ciscam e seus pintainhos não piam,

E os cachorros não ladram e nem os gatos miam, em respeito a esse

sublime instante...

E nos jardins as flores não têm beijos de seus beijaflores,

E as borboletas, nem sinal delas,

Da mesma forma, o jardineiro, cadê?...

E, enfim, os animais e a floresta toda, em respeito a esse sutil momento se vêem quietos e imóveis,

Esse instante magno do tempo lhes é sagrado...

E até o tagarela homem, com suas máquinas barulhentas,

Nesse instante mágico ele se cala e pára, pois se precisa de um breve descanso...

E, já se falou tanto desse instante tal,

E agora vai se dizer algo ainda não dito,

Esse instante fabuloso é permanente a alguns muitos ouvidos,

Esse instante, sublime, magno, mágico e fabuloso tal tem o nome

Lindo de silêncio, que, nos tribunais de júri pode condenar

Ou absolver o réu de culpa, acusado por atos feitos ou não por ele

Ante à lei e à sociedade onde vive...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 15/11/2009
Código do texto: T1925477
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