UM INSTANTE...
E tem um instante sublime em que o vento não sopra,
E as folhas das árvores não se movem e as que estão secas não caem, à bailarem até chegarem ao chão...
E até as águas se calam nos rios e mares, e os peixes não nadam,
E os navios e barcos, todos ficam no ancoradouro do cais do porto...
E os pássaros não voam e nem cantam,
E as galinhas não ciscam e seus pintainhos não piam,
E os cachorros não ladram e nem os gatos miam, em respeito a esse
sublime instante...
E nos jardins as flores não têm beijos de seus beijaflores,
E as borboletas, nem sinal delas,
Da mesma forma, o jardineiro, cadê?...
E, enfim, os animais e a floresta toda, em respeito a esse sutil momento se vêem quietos e imóveis,
Esse instante magno do tempo lhes é sagrado...
E até o tagarela homem, com suas máquinas barulhentas,
Nesse instante mágico ele se cala e pára, pois se precisa de um breve descanso...
E, já se falou tanto desse instante tal,
E agora vai se dizer algo ainda não dito,
Esse instante fabuloso é permanente a alguns muitos ouvidos,
Esse instante, sublime, magno, mágico e fabuloso tal tem o nome
Lindo de silêncio, que, nos tribunais de júri pode condenar
Ou absolver o réu de culpa, acusado por atos feitos ou não por ele
Ante à lei e à sociedade onde vive...