DESACELERANDO ANSIEDADES
Em minha viagem solitária pelo asfalto negro, movia-me na velocidade do pensamento diante dessa imensidão cercada por campos verdes, que pareciam esmeraldas rutilantes, feito teus olhos que imagino. O entardecer era magnífico, surreal. No horizonte entrecortado por contornos irregulares, o esplendor de um pôr-do-sol inebriante aos meus sentidos, me fazia sonhar, sorrir, pensar!
As nuvens e nimbos iluminados por uma luz monocromática de sutil beleza pareciam desenhar no céu anjos e serpentes... Solidão regada ao som carinhoso de canções que me fazem repetir “falando para mim mesmo”. A todo instante, marcas, sinais, e à beira da estrada, cruzes. Centenas de cruzes que marcam o fim de um caminho e o início de uma nova viagem! Assim eu às saudava uma a uma, o que me fazia repensar: Deus põe, Deus dispõe! De repente escutei uma voz amiga, um anjo a me falar... Vai com cuidado... Vai em paz... Volta em paz! Subitamente desacelerei minha ansiedade e a paisagem emoldurada pela tarde nostálgica passava lentamente ao meu lado, natureza viva, revivida em meu ser.
Esta voz pode ter me livrado de alguma estatística macabra. Retornando e mergulhado em pensamentos, procurava na imensidão da noite escura e fria uma forma segura de me conduzir, para te reencontrar em letras tortuosas na tela de meus pensamentos diários, fonte de inspiração d’alma...poço que sacia minha sede de paixão!