DESACELERANDO ANSIEDADES


     Em minha viagem solitária pelo asfalto negro, movia-me na velocidade do pensamento diante dessa imensidão cercada por campos verdes, que pareciam esmeraldas rutilantes, feito teus olhos que imagino. O entardecer era magnífico, surreal. No horizonte entrecortado por contornos irregulares, o esplendor de um pôr-do-sol inebriante aos meus sentidos, me fazia sonhar, sorrir, pensar!
     As nuvens e nimbos iluminados por uma luz monocromática de sutil beleza pareciam desenhar no céu anjos e serpentes... Solidão regada ao som carinhoso de canções que me fazem repetir “falando para mim mesmo”. A todo instante, marcas, sinais, e à beira da estrada, cruzes. Centenas de cruzes que marcam o fim de um caminho e o início de uma nova viagem! Assim eu às saudava uma a uma, o que me fazia repensar: Deus põe, Deus dispõe! De repente escutei uma voz amiga, um anjo a me falar... Vai com cuidado... Vai em paz... Volta em paz! Subitamente desacelerei minha ansiedade e a paisagem emoldurada pela tarde nostálgica passava lentamente ao meu lado, natureza viva, revivida em meu ser.
     Esta voz pode ter me livrado de alguma estatística macabra. Retornando e mergulhado em pensamentos, procurava na imensidão da noite escura e fria uma forma segura de me conduzir, para te reencontrar em letras tortuosas na tela de meus pensamentos diários, fonte de inspiração d’alma...poço que sacia minha sede de paixão!
Ricardo Mascarenhas
Enviado por Ricardo Mascarenhas em 12/11/2009
Reeditado em 03/10/2016
Código do texto: T1920368
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