CREPÚSCULO

A flor fechou-se com a proximidade do entardecer...

O frescor e a formosura de outrora

Declinou-se como o sol no horizonte...

Sem mais perfume,

Entregou-se à terrível melancolia

Que as asas da noite transportou...

E o homem, a observá-la,

Constatou, surpreso,

O quanto com ela se identificava...

Caminhando sempre só,

Solidário ao silêncio

Que o seu interior abrigou...

Enigmático como o tempo

Que foi para nunca mais voltar...

Indecifrável como os mistérios

A embalarem o ritmo do universo...

Vida e morte em marcantes presenças,

A intercalarem os ciclos da natureza,

No pêndulo que se move continuamente

Para os diversos pólos equilibrar...

E o homem ali parado,

Só a observar,

Enquanto a flor se fechava

Talvez para não ver a noite chegar...

Marcia Etelli Coelho
Enviado por Marcia Etelli Coelho em 12/11/2009
Código do texto: T1919012
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