Escritor
Para que servem as amadas em leitos amados e cansados das displicências genitais? Para que serve o amor, a coisa que se mantém nos escombros interiores? Para que serve o homem em arranjos modernos, enterrado em paletós que mais parecem tumbas úmidas no inverno?! Ah, céus, se fosse derramada sobre meu telhado uma chuva infinita, que fosse múltipla a cada gota multiplicada. Se a noite em sua plenitude permanecesse mais negra nos céus pernambucanos. Se os ratos roessem assim, em prol da civilização, pela construção de arranha-céus para ornamentar os galinheiros pátrios do nosso povo. Para que serve a vida equalizada e equacionada nas ¨coisas¨ audíveis? Eu sou o rato, o genital, o homem, o amor, os escombros, o escritor.