A maciez do amor
Na corrida da vida, no dia a dia, uma estranha sensação de impotência e perda entranhava em seu peito. Nada o demovia de sua tristeza e solidão.
Sentia-se só. Como o mais pobre dos mortais.
A luz não brilhava, o sol não aquecia e a lua, na sua plenitude, não despertava nenhum sentimento, nenhum sonho...
Seu caminhar era sempre lento e reto, sem nenhuma curva, sem nenhuma emoção. Nada que pudesse tirá-lo daquele torpor. Nada que o fizesse perceber-se vivo!
Apenas o ir e vir, de casa para o trabalho, do trabalho para casa. E à noite, tinha o conúbio de sua cama e seu travesseiro. Uma vida insossa, incolor, inodora. Era todo o seu tesouro, toda a sua fortuna.
Um dia a necessidade bateu em sua porta. No refolho da alma ele sentiu que precisava despertar. Precisava sentir de novo o prazer da vida, da carne, do amor. Mas a dureza de sentimentos não permitia, não deixava. Um medo de não sei o quê, de desnudar, de se sentir olhado, explorado, descoberto, fazia-o recuar, diante de tão ousada idéia.
Ninguém, pensava ele, poderá ter tal poder sobre mim, dando-me a paz e o sabor de voltar a viver.
Numa noite, cansado da cama, do travesseiro, voltou-se para a sua única companhia: O computador.
O que uma máquina, sem sentimentos, sem cérebro, sem ação, poderá me dar? – argumentou.
Mas a necessidade, naquela noite, foi muito maior. E num impulso foi para frente daquela máquina, ligou, vasculhou em uma frenética navegação, um sinal cibernético que o fizesse viver. Ria para si mesmo, como a não acreditar que daquele ser inanimado, pudesse existir vida.
Já frustrado da sua busca insana, e pronto para desligar e voltar ao seu mundo de escuridão, percebeu um Oi!, Despretensioso. Tremeu! Há quanto tempo não sentia tão imenso frescor, tão doce momento. Deixou-se envolver. E timidamente respondeu: Oi!
Daí em diante foi uma só emoção, misturada com íons e prótons, bytes e raios óticos. Uma sensação cibernética com milhões de mega-bytes a penetrar em sua vida, em seu corpo, em sua alma.
Entregou-se por inteiro. E um gozo, vindo de sua mais profunda saudade, deu-lhe a certeza que da dureza daquela máquina, ele podia sentir a mais pura sensação de paz. O mais sublime momento de um ser humano. E foi assim que ele se entregou para a maciez do amor!
Saudade é a felicidade em forma de dor!
Na corrida da vida, no dia a dia, uma estranha sensação de impotência e perda entranhava em seu peito. Nada o demovia de sua tristeza e solidão.
Sentia-se só. Como o mais pobre dos mortais.
A luz não brilhava, o sol não aquecia e a lua, na sua plenitude, não despertava nenhum sentimento, nenhum sonho...
Seu caminhar era sempre lento e reto, sem nenhuma curva, sem nenhuma emoção. Nada que pudesse tirá-lo daquele torpor. Nada que o fizesse perceber-se vivo!
Apenas o ir e vir, de casa para o trabalho, do trabalho para casa. E à noite, tinha o conúbio de sua cama e seu travesseiro. Uma vida insossa, incolor, inodora. Era todo o seu tesouro, toda a sua fortuna.
Um dia a necessidade bateu em sua porta. No refolho da alma ele sentiu que precisava despertar. Precisava sentir de novo o prazer da vida, da carne, do amor. Mas a dureza de sentimentos não permitia, não deixava. Um medo de não sei o quê, de desnudar, de se sentir olhado, explorado, descoberto, fazia-o recuar, diante de tão ousada idéia.
Ninguém, pensava ele, poderá ter tal poder sobre mim, dando-me a paz e o sabor de voltar a viver.
Numa noite, cansado da cama, do travesseiro, voltou-se para a sua única companhia: O computador.
O que uma máquina, sem sentimentos, sem cérebro, sem ação, poderá me dar? – argumentou.
Mas a necessidade, naquela noite, foi muito maior. E num impulso foi para frente daquela máquina, ligou, vasculhou em uma frenética navegação, um sinal cibernético que o fizesse viver. Ria para si mesmo, como a não acreditar que daquele ser inanimado, pudesse existir vida.
Já frustrado da sua busca insana, e pronto para desligar e voltar ao seu mundo de escuridão, percebeu um Oi!, Despretensioso. Tremeu! Há quanto tempo não sentia tão imenso frescor, tão doce momento. Deixou-se envolver. E timidamente respondeu: Oi!
Daí em diante foi uma só emoção, misturada com íons e prótons, bytes e raios óticos. Uma sensação cibernética com milhões de mega-bytes a penetrar em sua vida, em seu corpo, em sua alma.
Entregou-se por inteiro. E um gozo, vindo de sua mais profunda saudade, deu-lhe a certeza que da dureza daquela máquina, ele podia sentir a mais pura sensação de paz. O mais sublime momento de um ser humano. E foi assim que ele se entregou para a maciez do amor!
Saudade é a felicidade em forma de dor!