Meu quarto...
Volto ao quarto, e nada é estranho, aparente
Meus sapatos, em suas respectivas caixas,
Dissipam o desatino, dos teus
Que sempre ao chão andavam,
Na penteadeira, tudo normal e sem excessos...
(outrora somente anormalidade)
Um perfume do esquecimento ao canto,
Uma loção de desgosto caída,
Aberta e ressequida n’outro,
Não há beijos no espelho, tão pouco
Pó compacto por sobre as moedas,
Tudo é sombrio e assustadoramente
Correto, quieto e empalidecido.
Ao criado em prantos, outrora mudo
Somente o bilhete que deixaste,
O poema que pintaste. As letras que juntas
Formam em desatino o teu adeus.