tela de Baltasar Michel Klossoviski de Rola - BALTHUS
(Paris, 1908 - 2001)
SONO DE MENINA
...e depois dormir sem sonhos o sono limpo e distraído, seguindo seu curso como rio. Um rio viajante e silencioso a
murmurar seus lamentos, deslizando sobre o leito de lençóis bordados em seixos, ramagens, mistérios das profundezas.
Dormir assim como quem, desfalecida pelos cansaços, pende a cabeça ao travesseiro, as mãos deixadas ao acaso dos gestos, na languidez desse momento de abandono, guardada ainda nos olhos recém fechados a expressão de um último pensamento.
Abre-se o Portal do Desconhecido para os bosques fantásticos em que teus pés de menina flutuarão ao sabor de asas e teus olhos se abrindo em espanto conhecerão segredos da alma.
Esquecidas estão as tristezas de mais um dia engolido pela escuridão.
Para os jovens o sono é bênção que será colhida logo ao despertar, como fruto ainda molhado de orvalho.
(Paris, 1908 - 2001)
SONO DE MENINA
...e depois dormir sem sonhos o sono limpo e distraído, seguindo seu curso como rio. Um rio viajante e silencioso a
murmurar seus lamentos, deslizando sobre o leito de lençóis bordados em seixos, ramagens, mistérios das profundezas.
Dormir assim como quem, desfalecida pelos cansaços, pende a cabeça ao travesseiro, as mãos deixadas ao acaso dos gestos, na languidez desse momento de abandono, guardada ainda nos olhos recém fechados a expressão de um último pensamento.
Abre-se o Portal do Desconhecido para os bosques fantásticos em que teus pés de menina flutuarão ao sabor de asas e teus olhos se abrindo em espanto conhecerão segredos da alma.
Esquecidas estão as tristezas de mais um dia engolido pela escuridão.
Para os jovens o sono é bênção que será colhida logo ao despertar, como fruto ainda molhado de orvalho.