Medo de (a)mar

De costas para o povo, para a luz e para a vida.

Lutava contra o pessimismo

Acreditando não poder derrubá-lo.

Contradizente, não?

A falta de fé enchia-lhe o peito,

e a expiração não se fazia suficiente

para que aspirasse esperança.

Ah...! E queria ir além!

Mas seu além findava no continente

Não mergulhava ao mar

Não conhecia a inquietude dos corais

Era um além limitado.

Mas, se Maomé não vai à montanha

Viria a montanha até Maomé?

A águia manchada sobrevoou seu céu

Jogando a seus pés um peixe fresco.

Soltar-se-ia um peixe do bico de uma ave tão sagaz?

E aprendera, já bem antes, que a perguntas sem resposta

não se dirigem questões.

Fitou o peixe

Mirou o mar

E botou-se a nadar ondas a dentro.

Não conheceu os corais

Pois antes deles, uma bela sereia fisgou-o

E se viveu não se sabe

Se padeceu foi sorrindo

Por deixar para trás os dias de trevas

E o medo do mar.

Larissa Godoy
Enviado por Larissa Godoy em 09/11/2009
Reeditado em 18/11/2009
Código do texto: T1913933
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