Arco-íris...
Os cristais dançam, num silêncio que adormece as vitrines...
Sabíamos tanto... Sabíamos o que nos era possível.
A dança do futuro... A criança que criava expectativas... O som do pisar no solo.
Os dias eram música... As brincadeiras eram o eixo... Segueriamos o mundo para alcançar o infinito...
Cresço em ritmo acelerado... Sou o fino gosto de vidraças envernizadas...
A chuva caiu aos golpes... Respirou o verde que adormecia em um deserto escaldante... Verdes planos...
Projetei-me ao sonho recolhido... Vi, do nosso amor, aquilo que admiro.
Sereno gesto... Espetaculares gostos... Andares por cima dos seus passos...
Pés descalços... O melhor de mim.
Assim, o texto ganha o rumo de preguiça... A rede a rodear a serra... Acordaram as estrelas...
Quem não dançaria, nessa festa de dois arco-íris no mesmo céu...
O baú de ouro fora multiplicado em minha janela... Poucas vezes o céu abriu espaço para dois andares coloridos. Uma íris plurissignificante... Nunca o plural foi tão bem colocado.
23:11