VENENO

Brota da alma,

Escorre pelo canto da boca,

Da boca que fala e também daquela que cala.

Cala no coração, o veneno nascido na alma.

De que se trata?

Da obviedade do ódio, será?

Da frustração, quem sabe?

Solidão vivida a dois? Tem meu voto.

Solidão vivida na cama vazia? Pode ser.

Veneno é apenas o exagero na dose do remédio.

Logo, amor pode ser veneno, paixão, ambição... tudo de bom quando alterado, distorcido, desfigurado...

Veneno: a desconfiguração do bálsamo.

Bálsamo que é inerente à alma humana, assim como sua antítese, o veneno.

Não falemos no antídoto.  Nos pertence: sabemos onde buscar.

Não nego, não fujo. Do meu veneno não vou me esquivar!

Sou cheia dele e também de bálsamo: só espero sempre saber dosar!


Andreia Jacomelli
Enviado por Andreia Jacomelli em 07/11/2009
Código do texto: T1910861
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.