Minha sombra e Eu

Minha sombra e Eu

Silêncio...

Não chove, não venta, não há latido de cães.

Há somente o tic- tac do relógio marcando a inexorável passagem do tempo e o zumbido contínuo do ar.

No quarto, a meia luz, minha sombra se agiganta na parede e me faz estremecer. Sinto que não estou sozinha; ali está minha sombra.

Quem é real, a sombra ou eu?

A luz do abajur se apaga. A escuridão é total. A sombra se foi. Estou só. Faço parte do silencio e da escuridão. Serenamente continuo ali... Parada... Na esperança que a luz retorne e traga de volta minha sombra e assim eu saiba que existo fisicamente.

Deste modo... Amanhã, fazendo uso dos sentidos, poderei usufruir das belezas deste mundo... Meu corpo se aquecera ao sol, verei a beleza das cores, sentirei o perfume trazido pelo vento. O zumbido dos insetos e o canto dos pássaros povoaram o ar, os cães voltarão a latir e ainda poderei saborear e sentir o aroma do café fresco.

Provavelmente, nesse momento, meu Eu repleto de energia divina sentirá que faz parte de um Todo. Agradecerá então a oportunidade de estar aqui neste mundo tão cheio de controvérsias e ilusão.

Até que a noite venha e novamente eu ande a procura de minha sombra, companheira inseparável enquanto eu aqui estiver. Para, unidas, levarmos avante esta fantasia irreal á qual chamamos Vida.

Lisyt

Lisyt
Enviado por Lisyt em 07/11/2009
Código do texto: T1909925