Casualidade

Assenta-te ao meu lado, calada,

Só chora, e eu em mim, tão mórbido.

Ao acaso, ofereço-te uma dose

Sorri, embrulhada em pranto

Teu batom rebusca o queixo

E disperso fito os teus olhos;

Que a outrora maquiagem realça.

Logo eu, que apenas a dor

Sorvo, com gelo momento

Sem querer que a beleza

Amante, me alcance...

Ofereço-te o ombro

Logo, me dás o seio

E eu, inquieto dou-te um beijo.

Lá fora, dar-se a chuva, serôdia

Apertas o meu paletó ao punho

Teu casaco enlaço e saímos...

Mãos por paletó á dentro,

E afagos por casaco á fora.

(Ao som de "Acaso" Ivan Lins)

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 06/11/2009
Reeditado em 06/11/2009
Código do texto: T1908757