Casualidade
Assenta-te ao meu lado, calada,
Só chora, e eu em mim, tão mórbido.
Ao acaso, ofereço-te uma dose
Sorri, embrulhada em pranto
Teu batom rebusca o queixo
E disperso fito os teus olhos;
Que a outrora maquiagem realça.
Logo eu, que apenas a dor
Sorvo, com gelo momento
Sem querer que a beleza
Amante, me alcance...
Ofereço-te o ombro
Logo, me dás o seio
E eu, inquieto dou-te um beijo.
Lá fora, dar-se a chuva, serôdia
Apertas o meu paletó ao punho
Teu casaco enlaço e saímos...
Mãos por paletó á dentro,
E afagos por casaco á fora.
(Ao som de "Acaso" Ivan Lins)