Do Canto ao Conto
Ontem, estive a escrever
Algumas frases tolas, inalteradas
Memórias ao sugo, que me lambuzavam
Mascaradas, como em filme de época.
Arqueiros a mirar na fronte
E a errar por muito, descuido.
A morte frutífera anunciou as cinzas
No canto patético do poeta
E versos ateus, todos eles meus
Zombavam –me, rasteiros.
Meu esqueleto chicoteava entre pedras
As quais me negavam vastas memórias
Nem as castas, tive-as de ré
Contentei-me, por hora
Com o olhar mecânico e funesto do tempo
A me proferir, com voz de alcova:
Vá-te à cama,
Encontrar-te-á com o conto poético do pateta.