RECANTO DAS LETRAS

RECANTO DAS LETRAS.

Tenho feito deste "Recanto" o meu recato. Não me acho recatado em função do que esperam de mim, pois quanto a isto sou insubordinado e anarquista. O meu recato neste "RECANTO DAS LETRAS" é o que faço comigo dividindo coma as palavras e publicando textos, poesias, crônicas, etc., pra quem quiser ver, saber, sentir. Diria mesmo que, quando vejo alguns comentários no rodapé de alguns “textículos”, fico super feliz. Mas esta felicidade reside no factual, posto que escrevo mesmo é pra mim. Mesmo assim, este espaço que aprendi a cultivar diariamente, me reconduziu dentro de outros princípios além do prazer de me ver em letras sob as mais variadas formas e estilos.

Descobrir que pessoas nos mais variados cantos deste país e fora dele, interagem conosco é maravilhoso. Por isto, avalio meio a meio, a minha inicial assertiva de que apenas escrevia pelo meu egoísmo, pela avareza de me dilacerar e castigar as sílabas, frases, períodos, quando não definem o que sinto com a precisão que eu gosto.

Tenho feito grandes amigos nesta rede maravilhosa de gente boa que escreve bem e que a gente nem se sabia existir. Pessoas que nos comentam com intimidade respeitosa, embora possa ser também sem esse respeito todo, mas eu posso muito bem compreender essa cordialidade que nos toca sempre que nos lemos. Pode ser que um dia a gente venha se conhecer pessoalmente, mas se não der, já me dou por feliz. Isto me mostra que a net, a despeito de tanto lixo, tem seus lados bons e, sem dúvida, este é um dos melhores.

A surpresa da qualidade das pessoas que escrevem neste Recanto é assustadora, se levarmos em conta a baboseira que assola via Orkut, MSN, etc.. Evidente que quem é incompetente não se estabelece, mas incomoda o trajeto dos bons em seus ofícios, principalmente de dar corpo e alma às palavras.

Corpo e Alma. Penso ser este o maior princípio dos escritores, diante de tão complexo ofício e de tantos que se metem a escreverem sem o menos embasamento técnico, teórico-conceitual e mesmo de sentimento do mundo. Dar alma às palavras poucos o fazem. Até porque não estamos falando de inspiração, mas de transpiração como já nos insinuava João Cabral de Melo Neto. Dar letras a elas, todos fazem, mas não transcendem seus princípios e ficam na literatice imaginando que são os melhores (e até há quem goste) posto que abordam, no geral, temas fofos, sem muito chamamento para o conteúdo crítico do assunto abordado. Ao abordar desta forma, não quero me colocar como aquele que sabe escrever e está julgando os que não sabem. Penso que escrever só se converte neste nome, se houver sensibilidade no que se escreve, bem como razão, maturidade, domínio das palavras, conhecimento do idioma, capacidade criativa, dentre outros. Neste caso, talvez eu possua alguns desses atributos e isto já me deixa zen, pois neste meu recato, estabilizo meus anseios de ser mais feliz; acalmam minhas angústias, meus medos de que um dia as palavras saiam em degredo e eu, delas tenha me perdido.

Lavo as mãos nesta noite, diferente de Pilatos. Também dou as dou a palmatória, pois não fosse o acaso não teria descoberto esse site quando buscava alternativas no Google. Naquela oportunidade, passeava pela net no sentido de buscar incrementos para meu blog "BLOG DE CARLOS SENA" e outro "CENA ABERTA", além da minha coluna no site de Bom Conselho - PE, onde escrevo também. Resultado: escrevo em todos eles, mas sou mais tomado, atualmente, por este já mencionado RECANTO DAS LETRAS - democrático, fácil, bem procurado, sério, diferente e, acima de tudo, fiel ao bom escrever, ao bem falar, ao bem respeitar os talentos ou os neófitos como eu.

Do alto da minha irreverência, tenho me recomposto quase todo dia neste encontro de mim comigo mesmo via net. Já espero comentários de colegas, já comento outros; já busco novos estilos de texto até então por mim pouco acionados.

Como estou numa fase da vida em que tudo eu falo, tudo digo, tudo peço, tudo questionamos, senti esta obrigação: a de declarar a todos que me lêem (pela gramática antiga) que me sinto super feliz participando desta "roda" de conversa virtual. É muito bom falar o que se sente, dizer que ama ou que odeia. No meu caso, venho aqui dizer que tenho este encontro marcado (com licença Fernando Sabino) e o faço com todo o meu carinho, principalmente porque já estabelecemos uma relação virtual (?) com uma boa parte de grandes escritores que enriquecem este banquete de sentimentos que só as palavras podem nos proporcionar.