Um " que" de saudade...
Um "que" de saudade...
Há um que de amor-distante em mim,
Será?
Um platônico sentir, calando no peito, quieto,
Silente da tua repleta, constante,
Inominável ausência...
Curiosamente,
O distante é quase paradoxal, subjetivo ou cenográfico,
Pois que és perto, fisicamente.
És aqui em geografia,
No entanto há quase um oceano a separar nossas ruas.
Um abismo petrificado afasta nossas linhas telefônicas,
Um cataclismo que corrompe e emudece nossos e mails.
Um gigantesco parêntese que afasta,
Isola nossas energias que se desconcentram,
Desconectam...
Por isso,
Há um que indisfarçável de saudade,
No que expõe o olhar,
Há um sentido afastado, um barco em agonia,
Que se perde de ti... sem rumo.
Há uma parte de mim abandonada,
Que se socorre, sem resposta junto a ti.
Há por isso,
Um querer entristecido
Um gostar inexato ante a possibilidade...
Possibilidade?
Impossibilidade do poder ser.
Há um precioso sentimento, maduro,
Sem tempo nem promessa,
Sem ponte a atravessar...