Um " que" de saudade...

Um "que" de saudade...

Há um que de amor-distante em mim,

Será?

Um platônico sentir, calando no peito, quieto,

Silente da tua repleta, constante,

Inominável ausência...

Curiosamente,

O distante é quase paradoxal, subjetivo ou cenográfico,

Pois que és perto, fisicamente.

És aqui em geografia,

No entanto há quase um oceano a separar nossas ruas.

Um abismo petrificado afasta nossas linhas telefônicas,

Um cataclismo que corrompe e emudece nossos e mails.

Um gigantesco parêntese que afasta,

Isola nossas energias que se desconcentram,

Desconectam...

Por isso,

Há um que indisfarçável de saudade,

No que expõe o olhar,

Há um sentido afastado, um barco em agonia,

Que se perde de ti... sem rumo.

Há uma parte de mim abandonada,

Que se socorre, sem resposta junto a ti.

Há por isso,

Um querer entristecido

Um gostar inexato ante a possibilidade...

Possibilidade?

Impossibilidade do poder ser.

Há um precioso sentimento, maduro,

Sem tempo nem promessa,

Sem ponte a atravessar...

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 01/11/2009
Código do texto: T1899008
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