Viagens
Ando saindo muito esses dias. Saio a pé, às vezes sem sapatos. Gosto de sentir a terra, a liberdade sem regras. De bicicleta, que nem menina. Aquele ventinho tocando meu rosto, me fazendo sorrir. De carro, sentindo o cheiro do meu cheiro com os vidros fechados, não quero contato com ninguém, sozinha comigo mesma. De avião, a fantasia de voar que nem pássaro em busca do verão, quanto mais quente, melhor. De foguete, quero ver as estrelas, tocá-las com os dedos, sentir na palma da mão o calor de sua explosão. De disco voador, conhecer o desconhecido, desbravar, fincar a bandeira, e um dia contar para meus netos, “fui a primeira”. De arco-íris, e encontrar, custe o que custar, meu pote de moedas da sorte, cheinho de oportunidades para meus desejos realizar.
Conheço sabores, prazeres, cores, lugares, flores. Meus pés queimam nas areias quentes dos desertos. Num universo de luzes, sentimentos, palavras escritas ou apenas pensadas. Leve, sinto o vento, o cheiro da chuva na terra que me lembra a infância. O desejo inconsciente de voltar. Realizar o que abandonei, larguei, quase esqueci. Fome não me falta.
E o vento continua levando meus cabelos, pra lá e pra cá. Para onde minha imaginação me levar.
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