Vassalo do coração
Vassalo do coração
Quem sou se não um reles vassalo do coração?
Que escraviza,
Molesta e sulca a paz.
Transpassa a ferro escaldante,
Fere ,desmembra,mutila pela saudade...
Ah coração algoz do meu sossego,
Subjugas meu sentir,
Decepas a frio as minhas parcas esperanças...
Pedes-me rendição,
Sou sujeita aos teus capciosos caprichos...
Coração imune à compaixão...
Coração carrasco dos meus sonhos
Submetes meu querer aos teus...
Meu dono, dono do meu abandono...
Sangrar ferino, agrura que não debela...
Coração sem comiseração.
Chaga que não dissipa...
Sentir que não sara,
Dor que não se esvai.
Fenecer que não ultima...
Aberto, exposto ao tempo do desertar,
Desamparo e solidão.
Amor de infinitude...
Ah coração sem coração...