Intenso dito...

Tenho a melancolia do silêncio... Voltas e voltas, sem sair do centro.

O ar tenta seguir o seu rumo... Mas, as falhas são maiores do que o fluxo.

Restaria um, num jogo qualquer... Seria um, o texto disciplinado.

Há quem procure muitas faces... Aqueles que precisam confirmar-se.

Ainda não sei nada disso...

Pequeno resmungo, num dia chuvoso... Um texto.

Uma lembrança. Assim serão os dias daqui para frente... O futuro é algo que nunca chega, já diz alguém que 'amo'.

Em palavras soltas... Meus ditos... Meus gritos, envolta em lenços que retiras...

E será guardado... Em diamantes lapidados pela memória.

As esquinas nunca serão ultrapassadas... Tenho, nos dedos, a chave.

Encosto nas encostas de um mar qualquer... Ele também já não me diz mais nada.

E corro... Por entre milhares de lâminas de asfalto... A lâmina fria de uma morte em vida...

Um texto... Apenas mais um, entre sossegos.

Intensidade... Procuro a face escancarada desse sentimento... Canso de reverter ditos... Satura-me a existência de insegurança...

Que sejam julgadas todas as tranças...

Ainda assim, um texto perdido entre folhas jogadas ao vento...

O trem passou mais cedo... O livro ainda está sobre o banco, a ventilar medos...

Cheguei à última estação... Volto ao começo?... Acredito que não.

Não sei seguir nada sem direção...

Mesmo o vento precisa de uma diretriz perdida...

Mato-me nas entrelinhas de sílabas... Morder a língua, feito e estabelecido.

11:35