Silencio-me...
Beijo a face de um silêncio inaugural...
Aquele que envolve as sílabas mortas... Um resquício de monotonia...
Calo-me diante de frases feitas... Rarefeitas...
Obstáculos criados... Artifícios de uma fuga eterna... Não há mais milagres.
O sonho restringe-se ao pensamento... Fugaz será com o tempo.
Escapatória lenta... Marcando a face com requinte de crueldade... Os gestos falhos... Todos eles envolvidos pela falta de capacidade.
Envolvidos os dias... Que se criem em raios de neon... Eu já não tenho o tom.
As fases de uma moeda... Curvar-se a noite, em plena circunstância.
Moldei a mim... Fiz da loucura Arte...
Pura evidência de falta de coragem...
Restam-me os dias... Restam-me as esquinas... O ângulo de idas e voltas... Todos os graus envolvendo o retorno ao início.
Defino, de uma vez, o fim.
Não entenderias... Não a minha face fria.
Estou a milhares de mim... Beijos à memória que será dona de um futuro invadido pelo presente.
Basta-me sorrir dessa loucura textual... Ainda beijo a face de um silêncio eterno...
23:50