O Velho Tabuleiro
O velho tabuleiro.
È dia de festa!
Algazarra geral.
O velho tabuleiro sai do armário e se enfeita. Está arranhado, desbotado, até quebrado; mas guarda o orgulho de campeão. Seguramente participou de muitas jogadas e campeonatos.
As peças estão de volta ao tabuleiro.
Unidos na mesma alegria, todos falam ao mesmo tempo.
É dia de festa!
Surgem novas peças coloridas. Agora já sobram peças.
O jogo já não tem regras.
As peças movimentam-se de forma aleatória.
Todos se esbarram e contam jogadas feitas em outros tabuleiros.
O Tabuleiro quase se desestabiliza. Já não comporta tanto peso!
Novos Peões desconhecem seu lugar e sua função. Consideram-se príncipes. Ocupam grande parte do tabuleiro e não sabem proteger o Rei.
As Torres, estas sim, permanecem firmes!
Enquanto os Bispos, cansados de andar em diagonal, conversam, bebem e comem.
Os Cavalos, alheios e contrários as regras, saltam as casas desordenadamente e quase atropelam os Peões.
Enquanto isso: A Rainha, conhecedora de sua função no jogo, se movimenta em todas as direções; procurando proteger o Rei que já está em xeque. Porém, como não é xeque mate, a Rainha se resguarda atrás das Torres... E resiste...
É dia de festa!
Depois... As luzes se apagam... Cada peça volta à seu lugar... Reina o silêncio.
Para onde foram as peças coloridas que enfeitavam as jogadas?
Agora já não há disputa. O velho tabuleiro não participa de jogos que não são seus. Está vazio e mais leve.
Não há tanto colorido, é verdade! Porem reina o equilíbrio.
O Rei já não comanda. Mas a Rainha permanece em seu posto... Até a última jogada!
O tabuleiro se estabiliza e volta ao aconchego de seu armário.
Resta à lembrança de antigas batalhas travadas... Belos lances... Muitas vitórias e... Algumas derrotas.
O torneio foi bem aproveitado! Deixou bom aprendizado e belos ensinamentos...
Quem sabe... Um dia voltaremos, com melhores fundamentos, para novo Combate.?!
Lisyt