Noctis

Talvez, um medo audaz,

O falso apego pelo estável.

Lentamente, sinto romper a estase:

Revelações absorvendo minha realidade.

Os sonhos se vão; as palavras perdoadas.

O tempo, meu amante, consome tudo que toca...

Resta somente a visão de uma vida,

Toda concentrada em minhas mãos!

O “big boom” encerra minhas esperanças,

Minhas cortesãs são decapitadas,

Meus arcanjos destronados,

Toda entropia em forma de canção...

O véu se deita turvando as memórias,

Os detalhes se dissipam no silêncio...

A morte: retro-spectro de fatos amenos.

Então, tudo se torna indiferente.

O estável e o caos se tornam o mesmo.

É toda a vida: um paradoxo.