Murmurar ao vento...

É nesta brisa que me embala o vento! Ninada em seu colo a ouvir seus credos, murmúrios a boca miúda o lamento sentido no corpo ora flatulento, maculados nas ondas dos gemidos. De unções trazidas ao barlavento, missões compreendidas no tempo naufragando nas ondas dos pensamentos. A premunir no que diz a aura, nos abraços misteriosos dos sentidos. Torturado a solitude do agora vê, o encapelar do oceano ditoso uivando o zéfiro tenebroso. Serão lágrimas dos caramujos ao encontrar um náufrago decomposto ou o rugir da canoa que fez água não chegando ao porto? Talvez a aresta triste da Sereia no fosso a cantar o tempo que foi posto, na imagem colossal do que foi moço. A bordar os versos frios na areia, inspirados no soprar a aragem, que levou longe a poesia, descrita nas linhas espumadas do mar imenso. Dissipando do sentimento a amargura, esboçando nas conchas a ventura, de ter a lira a encantar cândida, as canções que embalam o ventar. As notas doces a bradarem ternura, rendendo rimas aos sagarços verdes... Embebedando a maresia, matizando os basaltos na primazia alentada, em ODE a ventania...

“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak

6/7/2006

Aqui um mimo ofertado a mim pela nobre dama da poesia.

http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdedicatorias/188653
Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 06/07/2006
Reeditado em 06/07/2006
Código do texto: T188794