Tudo estava calmo na carícia do mar nas rochas e na brisa serena que tocava minha face... mas depois daquele momento se fez tempestade e as árvores se curvavam para o vento, as gotas de chuva tentavam desesperadamente tocar o chão.
Naquele momento as vozes se calaram, as pedras devoradas pelas ondas, indefesas, simplesmente se entregavam.
Naquele momento já não pude mais voltar, de onde vim já não pude me lembrar, e adormecida, pelo vento me deixei levar.
Naquele momento me senti perdida, e não sabia aonde ir, aonde chegar, procurei nas sombras desta tempestade a luz do meu ser, mas só havia o teu vulto em minha mente.
Naquele momento tentei gritar, no peito sufocar as dores que imensas me prendiam a voz na garganta, mas somente teu nome escapava de meus lábios.
Naquele momento a chuva que se misturava às minhas lágrimas, como se o universo chorasse comigo, me fez sentir o frio na alma, e desejei encontrar na visão turva daquele momento, os teus olhos.
Naquele momento, quando a tempestade arrastava as folhas e as flores de dentro de mim, na sua fúria devastadora, arrancando a vida nos meus sussurros, senti as mãos vazias, e os meus dedos desenhando as linhas do teu rosto, da tua boca.
Naquele momento, me deixei tragar para o fundo do mar, e lá quero te deixar no esquecimento dos meus sonhos, no bater do meu coração, lá onde vou ficar.