Olindense

Suor escorrendo no rosto. Sinuoso caminho seguido de arrepio e vontades.

Batidas em compasso, multidão se espremendo. Ah, o cheiro adocicado e ardente de povo.

Ruas que não cessam ao calor da manhã, nem desanimam ao disparar das trombetas como um sinal sagrado de que o delírio não pode parar.

Viva o refúgio da alma, viva o exorcismo dos males nesse sábado de Zé Pereira.

Todos se encontram e se amam na pisada de um chinelo ou no emaranhado das serpentinas multicoloridas.

Pula, corre, empurra. Abraço coletivo pelo bem maior: o caminhar de mais um bloco.

E entre garrafas plásticas vazias, embalagens de sacolés e latas amassadas reluzentes, vai-se mais uma demonstração de que o bom da vida é mesmo erguer a satisfação de mais um carnaval no topo.

E haja ladeira acima.

Alexandre Guimarães
Enviado por Alexandre Guimarães em 24/10/2009
Código do texto: T1884740
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