Olindense
Suor escorrendo no rosto. Sinuoso caminho seguido de arrepio e vontades.
Batidas em compasso, multidão se espremendo. Ah, o cheiro adocicado e ardente de povo.
Ruas que não cessam ao calor da manhã, nem desanimam ao disparar das trombetas como um sinal sagrado de que o delírio não pode parar.
Viva o refúgio da alma, viva o exorcismo dos males nesse sábado de Zé Pereira.
Todos se encontram e se amam na pisada de um chinelo ou no emaranhado das serpentinas multicoloridas.
Pula, corre, empurra. Abraço coletivo pelo bem maior: o caminhar de mais um bloco.
E entre garrafas plásticas vazias, embalagens de sacolés e latas amassadas reluzentes, vai-se mais uma demonstração de que o bom da vida é mesmo erguer a satisfação de mais um carnaval no topo.
E haja ladeira acima.