NADA EXISTE DE GRANDIOSO SEM PAIXÃO.
 
 Senhora, como eu te pressinto!
 
                                       Como eu te pressinto nessas horas tristes e pesadas de tédio, todas elas amargadas pelos sofrimentos da distância e da saudade.
Aqui neste ermo, eu gostaria que tu me desses o consolo de tuas mãos brancas, dando-me também com esse afeto os teus olhos tímidos e bons, e o lacre silencioso dos teus embriagantes beijos.
Como eu pressinto o alegre sorriso de teus lábios finos e frescos, como se fossem dois parênteses de amor, e assim, eu também pressinto o sorriso triste de meus lábios velhos e o meu olhar já cansado e distante.
Nessas horas de fastio amargo, eu sinto que brotas do triste silêncio das minhas lembranças somente para mim.
Oh como eu te pressinto nessas horas!
Como eu te pressinto!
Por isso eu te saúdo, Ó esperança!
Porque tu vens de longe, para logo em seguida inundares o meu coração triste e solitário.
Saúdo-te esperança, porque tu forjarás os nossos sonhos num maravilhoso encontro, e a minha vida que era desenganada terá um futuro risonho.
Com o teu sopro divino fugirão as dores, assim como fogem um bando de pássaros despojados, quando rompe a aurora radiante com as suas cores, anunciando as nossas almas que o amor é chegado.
Com a esperança e o pressentimento, eu te pressagio, assim como o relâmpago novo pressente a tempestade que está por vir.
Obs. Com licença de Pablo Neruda, eu vesti este poemeto com uma nova roupagem, sem, entretanto, tirar-lhe a originalidade, e é com muita humildade que assim eu te ofereço.
Senhora minha Deusa, por isso dei-lhe novos versos, para que cheguem e cantem em teu coração desnudo de amor.
 
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 23/10/2009
Código do texto: T1883448