Filosofia Cega

Tudo é treva

Alguém por aí?

Nem respiro.

O breu inventa

Pinta e cava

Lava escura, abolição.

Tudo é escuro

Pedra ônix

Ignorância.

Precipitado ferroso

Intumescimento

É a gangrena.

A lava aumenta

Apaga-se atada à penumbra

Eis o lusco-fusco.

Razão tangente à podridão

Sete velas santas, um imã

Num átimo, aparta.

O pensamento no nada

Na esgueira do medo

Lambe e baba o urubu-rei.

Quiçá ainda, uma luz acenda

A me socorrer, a me resguardar

E eu enxergue todo o ‘eu’ que me faz penar.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 05/07/2006
Código do texto: T188258
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