A Sonhar
Penugem emerge do vazio
Zumbidos, intelectos vencidos
Pára! Lá se foi o primo verso
O horizonte, a parede, o juncado teto.
Expansão em polvorosa, rifle seco no estopim
Armadilha, camuflagem, o que querem de mim?
Asseio sem sabão, semicúpio na inversão
E toda a ilusão, desmedida e desgarrada.
Trabalho de pensão à cuia do oásis
Eram fáceis os meios termos e as garantias
Os flancos roxos e soltos a orbitar
E não hão de envenenar!
À hora, o mosto consistente e purpúreo
Resíduos tóxicos relampejam, a se desejar
Pura sinergia, água ruma da bacia
O encravado pêlo se desespera, exaspera-se.
Leitoso vapor, Maria de todas as fumaças
Sorve orgulho em retomada, finda na vereda
São noites como essa, cega e lisa
Que ao meio nos rasgam, por defeito.