A aldeia
Os laranjais, as jaboticabeiras, parreiras, amoreiras, pés de maracujá, frutas-conde, tamareiras, as rosas, lírios, margaridas, violetas, marias-sem-vergonha, orquídeas, os campos de arroz e centeio, os pássaros, borboletas, abelhas, os caminhos de seixos rolados, e até o riacho claro e povoado de peixes não são gratuitos.
Cultivei e criei dia a dia essa aldeia e os campos que a cercam. Contruí casas de pedras e sapé, o durável e o inefável se casando diante de lareiras e fogo vermelho. Nada fiz sozinha. Em minha aldeia vivem tribos.
Aldeia celular povoada por tribos,
as pessoas que amo, as do passado e as do presente.
Juntos somos cada fruto, cada flor, cada bicho, cada seixo rolado, cada casa insondável. Somos bandos.
Hábito aldeias, e simultaneamente, moro com várias tribos. Sou simultaneidade. Mesmo em momentos ocos onde parece, nada me importa sou tribal.