SE ME OUVE?
Só os fracos temem
Vêem pelos cantos dos olhos o que os cega à frente
E se tornam incapazes de dividir a alegria
Por muitos escancarada e distribuída.
E se calam frente às questões
Porque desconhecem que são elas
A terra firme para o aprendizado
E nunca se dão ao trabalho disso
E ignoram que foram as dúvidas
Que fez e faz caminhar a Ciência.
Ah!
Esses néscios e obtusos covardes
Escondem o que se pressupõe conhecer
Como o metal mais precioso
E façam às sombras próprias
Ruminando lamentos e queixas intermináveis.
Silvério dos Reis outrora vivente
Entrou para história como Judas o traidor
Inda que se questionem dados contados em fábula
Mesmo que duradoura por tão longo tempo
O fato é que Silvério existiu e fez herdeiros.
Não se tarda quem espera
Não se firma quem balança
E não se avança quem o caminho barra.
E se permitem apenas a comparação
Não se estica o que já se disse
Mas mesmo que se peque pelas delongas
Nada impede que se critique.
E já feita à constatação
O que se pode é apenas partir
E como o viajante à estação
Nada deixou senão a pouca certeza
Que partia não com um adeus
Mas um até logo no coração.
E não estranhará quando voltar
Que os néscios e covardes outrora conhecidos
Já se foram pro além ou outras paragens
Porque não conquistou o carinho dos que conviveu
E só se sabe apenas e somente
Que estão por ai
Ruminando como gado a fava consumida
Suas mágoas e intermináveis lamentos.
E àquele que tempos atrás partiu
Com lágrimas e dor no coração
E volta acrescido de lições
E recebe dos seus o fraterno abraço.
Que ficará na memória
E imagens como ondas vão formando
E se vê que tudo valeu à pena
Porque sempre viu nos outros seu irmão.
E até hoje vive como sempre viveu
Um bem querer e só querer
Porque sabe que dessa vida só colhe o que se planta
E feliz se despede com um muito obrigado
E sai para voltar noutro dia.