ZÉ, O POETA
Zé se irritou com os versos que ouviu, não eram da alma, da rima acertada – porque rimava mais nada dizia -, não eram flores de março... mas qualquer coisa fora do tempo.Zé pensava na noite, bem durante o dia, sonhava com a lua e perseguia paixões impensadas, coisas da alma e do peito... Zé sonhava demais. Foi-se o dia em que Zé chorou do azar, reclamou do desejoe do fardo, foi-se na vida como a lembrar da morte, como um descuido da sorte, evitava saudades apesar da lembrança por um ou outro escrito a pensar no poema. Mas Zé não aprendeu entre paredes, nem com bordas na gola se formou na poesia, Zé era sensível e humano, passível de engano. Entre muitos e dentre outros esculpiu uma história, de herança sem destino, de pura interpretação dos ouvintes. Zé, hoje deixa singrar suas rusgas, como piada ou conto engraçado, um conto aprendiz de um romance eterno, de glórias que ficaram no inconsciente da terra, como semente tardia que um dia,brotará como aviso,“ Zé o poeta”. Zé viveu perdido no sonho sem acreditar que o dia era a porta de entrada da sua poesia.Este Zé, são todos os Zé's masculinos e femininos que nos encantam todos os dias no recanto.
Reedição
www.jccavalcante.blogspot.com