Ventos do medo
Se pudesse entregar-me plenamente para aquilo que não conheço, faria no escuro para o silêncio, voltando novamente a essa mera vida de recordações. Sentindo mais o vento, entenderia o destino que aos poucos vai traçando suas linhas, tão impassível. É como se assim inerte, não pudesse mais sentir que verei novamente como antes, os olhos que não se faziam belos, mas eram os que me preenchiam. O porto para navegar, e sei que daqui a vida correrá para longe feito um passarinho. Senhor de mim, nunca mais pertencerei a uma unidade que seria derramada em lágrimas mais tarde. E aí o vento me dirá que as flores não mais enfeitam o jardim. Que morreram por falta de beija-flores. Que não poderiam viver mesmo com o sol, a lua, a noite linda lá fora, sem seu beijo eterno. Arrancaram, e arrancaram para vida, uma alma quebrantada, cheia de inundações, cheia de sangue. E se vai para longe, mesmo que querendo ou não, ainda sobrevivam os velhos suspiros. Voltam-se como nunca os ventos do medo.
Continuando o sentimento de que nunca mais possa encontrar. O destino tratará do resto. Porque a vida é como um rio, apenas corre para frente. Sinto não poder mais alcançar.