Tornar-se menor

Sempre vi em ti como frase distintiva "sou bem mais do que aquilo que dou a conhecer", e não me iludi. Só que em oposição ao que supunha, o lado contraproducente desta vez salientou-se primeiro. E decepcionaste-me. Os teus "nãos" eram afinal reles palavras que falavas por falar, não tinhas certeza neles, só os pronunciavas vezes que se perderam nas contas.

Como muitos outros, ainda tens de crescer. Muito que demonstrar aos que vêem algo diferente em ti, para não os ferirem com os atos imprevistos. És livre, não és um preso como eu. Não és um homem extraordinário, mas também não és tão imperfeito. És o que se rebela e que ainda faz o que quer por ser do seu caráter, e mais que isso, da sua imaturidade.

Quantas foram as vezes que me falaste "Já começo a te conhecer um pouco”? Nunca me conheceste. Na verdade, conheces de fato um bocadinho de mim. Mas não contemplaste o meu caráter peculiar e único horas suficientes para saberes que existia em mim um sentimento verdadeiro que levava muito a sério. E sei que para tu não passavam de conversas. Não as aproveitavas para aprender um bocadinho mais acerca da razão porque o meu universo tem a coloração que tem.

Não sou tão diáfana como pareço, mas existem estações em que o sol não tem intensidade o bastante para me defender. E então, fui descoberta e tardiamente tornei a experimentar calor, aquele que mostraste ter e eu, ingênua, supus ser o bastante para nós. Entendendo apenas hoje como teus raios são tão pequenos, que só alcançaram meio coração. Que iludido fantasiou vir um dia a crescer, contigo.

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 18/10/2009
Código do texto: T1874093
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