[Eu Sou Teu Rio]

[A você, é claro!]

Por entre as sombras da noite,

ou ao sol das manhãs,

eu escôo...

ora lento,

meandroso,

sem pressa;

ora rápido,

indômito,

impetuoso!

Quem me sabe,

quem me saberia?!

... e pelas areias brancas

onde as minhas águas

se acalmam, e se entregam,

caminham estes teus pés

desnudos, macios, sensuais...

Minhas águas beijam os teus pés,

e enlouquecem nas lúbricas curvas;

eles - só eles - sabem minhas profundezas

como ninguém jamais soube...

E eu... ora, eu sei que sou teu,

sei que sou teu rio, teu rio só:

caminha-me, pois, sempre,

sê íntima dos meus mistérios!

Aviso:

[... eu perdi uma estrela nesta manhã, fugiu-me na bruma do céu de chumbo... é claro, tinha de ser assim, pois o céu aqui nunca é o céu do meu Planalto Central. Se acaso a encontrares, devolva-ma, sim?]

[Penas do Desterro, 18 de outubro de 2009]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 18/10/2009
Reeditado em 05/07/2012
Código do texto: T1872849
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