Mantira
Eu sou o atalho, o retalho, o vinho doce e o velho galho da grande parreira
Sou a vila da migalha, sou fogo que queima, sou fogo de palha
Eu sou a metade de tudo que pensamos que éramos um dia
Eu sou o vento que sopra o barco de velas que um dia partia
O sol que queimava e ardia e os pingos da água da chuva que em nossas cabeças caiam
Eu sou a sua verdade e a nossa mentira de toda utopia
Sou parte real do teu intimo, o plano perfeito do dia
Sou pétala da flor que flutua na real lucidez da ironia
Eu sou a mentira das coisas, sou fábula, a sua pior fantasia
Eu sou a maior das mentiras que eu te contei um dia
Um dia, um dia...