Meia luz
Entre nós um segundo, eternamente só.
Ao longe a madrugada com seus ruídos avisa que tudo passa e embaça meus olhos teimosos em te ver... tão perto que quase te alcanço com mãos escorregadias.
Foges como a poesia, no suave pêndulo da ironia de te ter por um segundo no arco dos meus olhos... e passas por mim desmanchando as cores na minha íris.
Desfaz o verso na aquarela das lágrimas que se confundem no sono e na realidade de um quarto vazio, à meia luz no entremeio da fresta... e na parede o que reluz... é tudo que me resta.