Itinerário IV

As árvores ao fundo e o brilho dos lagos de um dia, como se fosse verde a respiração no anúncio anelado do crepúsculo.

Pelas fendas da existência, a estrada que falta viajar por um início ou retrospectiva, a chuva próxima diluída contra os vidros, voltar à atmosfera visível onde a cidade é um traço no destino de um mapa de névoa.

As avenidas que nunca vi, o espaço aberto de uma outra luz que esmorece nos muros deslocados da noite. Sem saber descrever os meus sentidos ou aquela hora entre áleas do que passou pela proveta dos olhos.

O que haverá para lá das esplanadas longínquas, o ruído do mar em esferas sobre a praia. Quero ficar apenas pela visão das janelas cerzidas ao vento, descer pelas pontes onde passam vultos anónimos.

Talvez nada entender nem pensar, fixar um ponto ou uma linha débil, a casa onde correu breve a infância de alguém, estas lâmpadas sem nome, diluo a memória e me envolvem as sombras em coágulos na paisagem.