Depois do atropelamento, mesmo que eu renasça, transbordarei o horror
Diante do caminhão, o pó da estrada, dia-a-dia se levanta
Trazendo velocidade aos motores
Na foice metálica que fascina, jorrou a morte vespertina
Entre eixos e cavalos potentes, uma pipa no firmamento ausenta-se
Decepa a vida de inocentes, olhe para frente, temente
Nos dias de sol passei a recear pelas crianças e seus pequenos animais de estimação
Tentei a alquimia da vida, me queixo demais; também sofro acusação
Deslumbra-nos alma em ouro, novo retorno, satisfação
Pelo bel prazer de tentar amenizar, agora tanto faz, ela jaz
Infringi o céu de minha filha, começo outra vez, sem pavor?
O sofrimento que, na trilha do asfalto quente, descarrila afeição, temor e dor
Mesmo que eu renasça amanhã, transbordarei o horror, somente o horror