Depois do atropelamento, mesmo que eu renasça, transbordarei o horror

Diante do caminhão, o pó da estrada, dia-a-dia se levanta

Trazendo velocidade aos motores

Na foice metálica que fascina, jorrou a morte vespertina

Entre eixos e cavalos potentes, uma pipa no firmamento ausenta-se

Decepa a vida de inocentes, olhe para frente, temente

Nos dias de sol passei a recear pelas crianças e seus pequenos animais de estimação

Tentei a alquimia da vida, me queixo demais; também sofro acusação

Deslumbra-nos alma em ouro, novo retorno, satisfação

Pelo bel prazer de tentar amenizar, agora tanto faz, ela jaz

Infringi o céu de minha filha, começo outra vez, sem pavor?

O sofrimento que, na trilha do asfalto quente, descarrila afeição, temor e dor

Mesmo que eu renasça amanhã, transbordarei o horror, somente o horror

Marciano James
Enviado por Marciano James em 13/10/2009
Reeditado em 13/10/2009
Código do texto: T1863851
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