UM CORAÇÃO DESENHADO NA JANELA



 
No cais desta história idas e vindas dançam uma trilha de lágrimas e lembranças. Coração sufoca. Garganta comprime diante de tantas despedidas. A linha do tempo marca o rosto da vida.


Haja fôlego para amar assim! Muitas vezes quanto medo! Em outras, raiva...


Conter a inquietação seria tolice quando a alma é uma avalanche de interrogações.


O que será de tantos planos?


E se a vida pregar mais uma peça?


E se o sonho for apenas ilusão?


De que adiantará tanta agonia em cada adeus?


Despedidas se arrastam como as correntes fantasmagóricas de castelos medievais.


E a verdade?


A verdade poderia ser esta: de repente, não se sabe onde ir, nem porque, mas a pessoa prossegue à revelia do próprio medo. Hora de ouvir velhas frases. Palavras esvaziadas antes do aceno. Gestos intensos cortam o ar com a força do desejo aprisionado pela realidade.


É preciso tentar enganar a própria dor para não dilacerar.


No entanto, dor e tempo são inevitáveis. E uma voz suave anuncia a última chamada para o vôo.


Mais uma vez, o abraço e a vontade inútil de ficar.


Guarde a alegria.


Alguém levará a saudade...





(*) TEXTO INSPIRADO NA ILUSTRAÇÃO



(*) Imagem: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 13/10/2009
Reeditado em 14/01/2010
Código do texto: T1863185
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